Seja Bem Vindo ao Universo do Fibromiálgico

A Abrafibro - Assoc Bras dos Fibromiálgicos traz para você, seus familiares, amigos, simpatizantes e estudantes uma vasta lista de assuntos, todos voltados à Fibromialgia e aos Fibromiálgicos.
A educação sobre a Fibromialgia é parte integrante do tratamento multidisciplinar e interdisciplinar ao paciente. Mas deve se estender aos familiares e amigos.
Conhecendo e desmistificando a Fibromialgia, todos deixarão de lado preconceitos, conceitos errôneos, para darem lugar a ações mais assertivas em diversos aspectos, como:
tratamento, mudança de hábitos, a compreensão de seu próprio corpo. Isso permitirá o gerenciamento dos sintomas, para que não se tornem de difícil do controle.
A Fibromialgia é uma síndrome, é real e uma incógnita para a medicina.
Pelo complexo fato de ser uma síndrome, que engloba uma série de sintomas e outras doenças - comorbidades - dificulta e muito os estudos e o próprio avanço das pesquisas.
Porém, cientistas do mundo inteiro se dedicam ao seu estudo, para melhorar a qualidade de vida daqueles por ela atingidos.
Existem diversos níveis de comprometimento dentro da própria doença. Alguns pacientes são mais refratários que outros, ou seja, seu organismo não reage da mesma forma que a maioria aos tratamentos convencionais.
Sim, atualmente compreendem que a síndrome é "na cabeça", e não "da cabeça". Esta conclusão foi detalhada em exames de imagens, Ressonância Magnética Funcional, que é capaz de mostrar as zonas ativadas do cérebro do paciente fibromiálgico quando estimulado à dor. É muito maior o campo ativado, em comparação ao mesmo estímulo dado a um paciente que não é fibromiálgico. Seu campo é muito menor.
Assim, o estímulo dispara zonas muito maiores no cérebro, é capaz de gerar sensações ainda mais potencialmente dolorosas, entre outros sintomas (vide imagem no alto da página).
Por que isso acontece? Como isso acontece? Como definir a causa? Como interromper este efeito? Como lidar com estes estranhos sintomas? Por que na tenra infância ou adolescência isso pode acontecer? Por que a grande maioria dos fibromiálgicos são mulheres? Por que só uma minoria de homens desenvolvem a síndrome?
Estas e tantas outras questões ainda não possuem respostas. Os tratamentos atuais englobam antidepressivos, potentes analgésicos, fisioterapia, psicoterapia, psiquiatria, e essencialmente (exceto com proibição por ordem médica) a Atividade Física.
Esta é a parte que têm menor adesão pelos pacientes.
É dolorosa no início, é desconfortante, é preciso muito empenho, é preciso acreditar que a fase aguda da dor vai passar, trazendo alívio. Todo paciente precisa de orientação médica e/ou do profissional, que no caso é o Educador Físico. Eles poderão determinar tempo de atividade diária, o que melhor se adequa a sua condição, corrige erros comuns durante a atividade, e não deixar que o paciente force além de seu próprio limite... Tudo é comandado de forma progressiva. Mas é preciso empenho, determinação e adesão.

TRADUTOR

quinta-feira, 17 de junho de 2021

Eficácia de programas interdisciplinares de educação em saúde para indivíduos com fibromialgia: uma revisão sistemática

 

ARTIGO DE REVISÃO

J Edu Health Promot 2021,  10 : 64

1  Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil 2  Programa de Pós-Graduação em Promoção da Saúde e Instituto Cesumar de Ciência, Tecnologia e Inovação, Universidade Cesumar, Maringá, Paraná, Brasil




3  Departamento de Medicina, Universidade Cesumar, Maringá, Paraná, Brasil

Data de entrega29 de maio de 2020
Data de Aceitação03-set-2020
Data de Publicação na Web27 de fevereiro de 2021

 

Endereço para correspondência :
Dr. Mateus Dias Antunes
Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Rua Cipotânea 51, São Paulo, São Paulo
Brasil
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Fonte de apoio: Nenhum, Conflito de interesses: Nenhum

DOI:  10.4103 / jehp.jehp_592_20

 

Abstrato 


A fibromialgia vem aumentando mundialmente e é considerada um problema de saúde pública. O tratamento não farmacológico por meio de exercícios e educação é recomendado para o manejo da fibromialgia. Nesse sentido, há necessidade de programas interdisciplinares para promoção da saúde e melhora dos sintomas da fibromialgia. O objetivo deste estudo foi verificar a eficácia de programas interdisciplinares de educação em saúde para indivíduos com fibromialgia. Esta é uma revisão sistemática que seguiu as recomendações de Itens de Relatório Preferenciais para Revisões Sistemáticas e Meta-análises e foi registrada no Registro Prospectivo de Revisões Sistemáticas (CRD4201913228). Foi realizada uma busca nas seguintes bases de dados: Scientific Electronic Library Online, Lilacs, Medical Literature Analysis and Retrieval System Online, Scopus, Web of Knowledge ISI, Banco de dados de evidências de fisioterapia, banco de dados Excerpta Medica, Índice cumulativo para literatura de enfermagem e saúde aliada, Biblioteca Cochrane e SPORTDiscus. Os descritores utilizados foram “Fibromyalgia” e “Health Education”. Ensaios clínicos publicados entre 1990 e 2019 foram selecionados. A escala de qualidade de Jadad e a ferramenta Cochrane Risk-of-Bias foram utilizadas para avaliar o risco de viés e a qualidade metodológica dos ensaios clínicos. A busca encontrou 2.887 artigos, e apenas dois estudos foram incluídos na análise. Ambos os estudos conduziram as intervenções por meio de palestras e atividades em grupo. Em particular, os temas mais abordados nos programas interdisciplinares de educação em saúde foram informações gerais sobre fibromialgia, práticas corporais, atividades físicas e abordagens farmacológicas. Um programa interdisciplinar de educação em saúde pode melhorar a dor e a qualidade de vida em pessoas com fibromialgia; no entanto, as evidências mostram baixa qualidade metodológica. Esta revisão sistemática indica que os estudos são de baixa qualidade, interferindo na eficácia de programas interdisciplinares de educação em saúde.

Palavras-chave:  Fibromialgia, educação em saúde, promoção da saúde, qualidade de vida, doenças reumáticas


Como citar este artigo:
Antunes MD, Couto LA, Gomes Bertolini SM, da Rocha Loures FC, Basso Schmitt AC, Marques AP. Eficácia de programas interdisciplinares de educação em saúde para indivíduos com fibromialgia: uma revisão sistemática. J Edu Health Promot 2021; 10: 64

Como citar este URL:
Antunes MD, Couto LA, Gomes Bertolini SM, da Rocha Loures FC, Basso Schmitt AC, Marques AP. Eficácia de programas interdisciplinares de educação em saúde para indivíduos com fibromialgia: uma revisão sistemática. J Edu Health Promot [serial online] 2021 [cited 2021 jun 17]; 10: 64. Disponível em:  https://www.jehp.net/text.asp?2021/10/1/64/310352




  Introdução Principal


Tem havido ampla discussão sobre as intervenções para tratar a fibromialgia (no entanto, são intervenções disciplinares e específicas), [1] , [2] , [3] , [4] , [5] , [6] , [7] , [ 8] uma síndrome de etiopatogenia multifatorial complexa não totalmente conhecida; caracterizado por dor musculoesquelética generalizada e sensibilidade à palpação (pontos sensíveis); frequentemente associada a fadiga, distúrbios do sono, sintomas somáticos e cognitivos e distúrbios psicológicos. [9]

A prevalência geral de fibromialgia na população varia de 0,2% a 6,6%, e essa síndrome afeta principalmente mulheres. [10]Nos últimos anos, a fibromialgia adquiriu maior importância e se tornou um problema de saúde pública. [11] Muitos são os motivos para justificar essa situação: crescimento prevalente na população adulta em geral, conhecimento insuficiente de sua causa e dos mecanismos que o causam, ausência de controle dos sintomas, falta de atendimento padronizado e insatisfação dos pacientes e profissionais com as abordagens terapêuticas atuais. [12] , [13] , [14]

A estratégia mais eficiente inclui uma combinação de medicamentos farmacológicos [15] e não farmacológicos [16] intervenções . O suporte farmacológico é um complemento importante, enquanto as intervenções não farmacológicas se concentram no processo de adaptação e enfrentamento da fibromialgia na vida cotidiana. [17] Por exemplo, o exercício físico é benéfico para as habilidades físicas e funcionais e os sintomas da fibromialgia, enquanto as intervenções comportamentais podem melhorar o enfrentamento da dor e reduzir a ansiedade, que são a base do manejo do tratamento da fibromialgia. [18]

As recomendações revisadas da Liga Europeia contra o Reumatismo para o manejo da fibromialgia indicam que a estratégia inicial deve se concentrar na educação do paciente e nas intervenções não farmacológicas. [19] A educação em saúde é um dos principais itens para viabilizar a promoção da saúde na atenção primária à saúde (APS) no Brasil.[20] Deve preparar as pessoas para assumirem o controle e a responsabilidade sobre sua própria saúde e a saúde de seu território, bem como prepará-las para o empoderamento, a tomada de decisões, a participação, o controle social e atuar sobre os condicionantes e determinantes de sua saúde. e qualidade de vida. [21]

Devido à natureza crônica da fibromialgia, os pacientes lidam negativamente com essa síndrome e suas consequências. [22] Para resolver este problema, programas de cuidados interdisciplinares foram desenvolvidos para promover a saúde das pessoas com fibromialgia. [23] , [24] , [25] Esses programas são direcionados à otimização da assistência por meio de orientações aos pacientes prestados por diversos profissionais de diferentes áreas do conhecimento, orientando-os sobre como controlar a dor e enfrentar os problemas associados ao seu estilo de vida. [26] Esses profissionais interagem para desenvolver a práxis do cuidado na perspectiva da interdisciplinaridade, reunindo pessoas com diferentes olhares e saberes. [27] Assim, esta revisão sistemática da literatura teve como objetivo avaliar a eficácia dos programas interdisciplinares de educação em saúde para o tratamento da fibromialgia.


  Materiais e métodos Principal


Esta revisão sistemática seguiu a lista de verificação Itens de relatório preferidos para revisões sistemáticas e meta-análises. [28] O estudo foi registrado no Registro Prospectivo Internacional de Revisões Sistemáticas sob o no. CRD4201913228.

Estratégia de busca

Os critérios de elegibilidade foram os seguintes: (1) tipos de estudo - ensaios clínicos randomizados ou não randomizados; (2) tipo de participantes - adultos de 18 a 59 anos de ambos os sexos, classificados com fibromialgia de acordo com os critérios preliminares do American College of Rheumatology de 1990 [29] ou 2010; [3](3) tipos de intervenção - programa interdisciplinar de educação em saúde em pelo menos um dos grupos de estudo; (4) tipos de desfecho - variáveis ​​biológicas, físicas, nutricionais, psicológicas e sociais avaliadas logo após o término do programa de intervenção; e (5) tipos de abordagem - programas desenvolvidos em equipes.

Os critérios de exclusão foram os seguintes: artigos de atualização; artigos de criação, validação, adaptação, tradução e viabilidade de ferramentas de avaliação; relatos de casos; comentários; estudos comparativos; artigos de banco de dados; editoriais; estudos de caso; prefácios; artigos de opinião; estudos piloto; registros de protocolo; etnografias; diretrizes; estudos longitudinais; estudos qualitativos; papéis de reflexão; resumos; revisões bibliográficas; revisões críticas; revisões integrativas; revisões narrativas; revisões sistemáticas e de meta-análise; série de casos; e estudos transversais. Estudos realizados em crianças e adolescentes; estudos sobre intervenções de educação em saúde associadas à abordagem disciplinar; estudos sobre outros tratamentos de doenças reumáticas e práticas integrativas e complementares, intervenções disciplinares, e intervenções individuais de educação em saúde; e estudos comparando os tipos de educação em saúde também foram excluídos desta pesquisa.

A busca foi realizada nas seguintes bases de dados: Scientific Electronic Library Online, Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Medical Literature Analysis and Retrieval System Online, Scopus, Web of Knowledge ISI, Physiotherapy Evidence Database, Excerpta Medica Database, Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature, Cochrane Library e SPORTDiscus (último acesso: 19 de março de 2019).

Foram utilizados os seguintes descritores em Ciências da Saúde (DeCS) e Medical Subject Headings (MeSH): em português, “Fibromialgia” e “Educação em Saúde”; em inglês, “Fibromyalgia” e “Health Education;” e em espanhol “Fibromialgia” e “Educación em Salud”. No DeCS e no MeSH, os operadores booleanos “OR” e “AND” foram usados ​​para criar tópicos de pesquisa combinados.

Ensaios clínicos publicados em português, inglês e espanhol entre 1990 e 2019 foram pesquisados. A busca foi limitada aos registros publicados a partir de 1990, quando os critérios de classificação do American College of Rheumatology para fibromialgia foram publicados pela primeira vez. [29]

Seleção dos estudos

Dois revisores independentes (MDA e FCNRL) selecionaram os artigos por título e resumo. Os estudos que atenderam aos critérios de elegibilidade foram analisados ​​e avaliados. Após a leitura dos estudos selecionados na íntegra, os revisores verificaram se havia algum conflito entre eles. Em caso de divergência entre os revisores, a resolução foi alcançada por consenso. Quando nenhum consenso foi alcançado, um terceiro revisor foi responsável pela decisão.

Avaliação de risco de viés

A escala de qualidade de Jadad é uma ferramenta desenvolvida para avaliar a qualidade metodológica de ensaios clínicos que visa diminuir o viés, ou seja, sua validade interna. Existem duas opções de resposta nos itens da escala: sim ou não. É composto por cinco itens a serem analisados ​​cuja soma pode resultar de 0 a 5 pontos. Sua classificação varia de <3 pontos (alto risco de viés) a ≥3 pontos (baixo risco de viés). [30]

A ferramenta Cochrane Risk-of-Bias é usada para avaliar o risco de viés e a qualidade metodológica dos ensaios clínicos em uma revisão sistemática. [31]De acordo com essa ferramenta, diferentes domínios associados ao risco de viés são avaliados de forma independente para cada estudo: geração de sequência aleatória; ocultação de alocação; mascaramento (cegamento) dos participantes e da equipe; mascaramento (cegamento) na avaliação do resultado; dados incompletos do resultado; relatórios seletivos de resultados; e outras fontes de viés (vieses potenciais). Para cada um desses domínios, o risco de viés é avaliado e classificado como alto, baixo ou pouco claro.

Análise

A análise estatística descritiva e os dados extraídos dos estudos foram catalogados da seguinte forma: primeiro autor / ano de publicação, país de origem, tipo de estudo, características dos participantes (sexo, idade e população), variáveis ​​avaliadas e instrumentos utilizados para a coleta, atividades realizadas nas intervenções educacionais interdisciplinares e grupos de controle, acompanhamento, linha de base e resultados.


  Resultados Principal


A busca encontrou 2.887 artigos, e dois estudos foram selecionados para a presente revisão após a aplicação dos critérios de exclusão [Figura 1] . O primeiro estudo encontrado foi o de Bosch Romero et al . [32] onde após uma intervenção educativa interdisciplinar, algumas dimensões da qualidade de vida do instrumento utilizado relacionadas à dor melhoraram, o que sugere que a educação em saúde para pessoas com fibromialgia muda sua percepção de qualidade de vida e reduz a dor. Além disso, esse tipo de atividade aumenta a compreensão da doença e reduz a dependência dos serviços de saúde. O segundo estudo de Pereira Pernambuco et al . [33]após uma intervenção de 44 pacientes dividiu-os em um grupo experimental e um grupo de controle; as análises intragrupo e intergrupo revelaram que o tratamento induziu aumentos significativos nos níveis de quimioquímicos, destacando que a intervenção pode promover a saúde de indivíduos com fibromialgia. Um estudo foi realizado no Brasil e outro na Espanha. Não houve consistência em relação às variáveis ​​analisadas e aos instrumentos de avaliação [Tabela 1] . [Mesa 2]mostra os resultados obtidos após a avaliação dos estudos quanto à qualidade metodológica usando a Escala de Qualidade de Jadad e risco de viés usando a ferramenta Cochrane Risk-of-Bias. A qualidade da evidência mostrou que um estudo apresentou baixo risco de viés e o outro apresentou alto risco de viés. Em relação ao achado de baixa qualidade metodológica, o duplo-cego foi o critério menos satisfatório.
Figura 1: Fluxograma de seleção de artigos

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Tabela 1: Comparação entre os estudos selecionados

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Tabela 2: Avaliação da qualidade metodológica e do risco de viés dos estudos usando o Jadad Quality Score e a ferramenta Cochrane Risk-of-Bias

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  Discussão Principal


Os estudos incluídos nesta revisão sistemática estimaram o efeito de intervenções interdisciplinares de educação em saúde para indivíduos com fibromialgia em comparação com grupos de controle. [32] , [33] Foi observado que um programa interdisciplinar de educação em saúde melhorou a dor e a qualidade de vida em indivíduos com fibromialgia.

O programa interdisciplinar de educação em saúde proposto por Bosch Romero et al . [32]melhorou a dor e, segundo esses autores, consequentemente melhorou a qualidade de vida. No entanto, a dor era o único domínio do Perfil de Saúde de Nottingham e os demais eram energia, reações emocionais, mobilidade física, sono e isolamento social, sendo que a combinação dessas dimensões era responsável pela qualidade de vida dos indivíduos. Em contraste, o estudo de Pereira Pernambuco et al . [33] sugeriram que, a partir dos resultados obtidos, pode-se afirmar que a educação em saúde pode induzir alterações subjetivas e objetivas (imunológicas e neuroendócrinas), o que explica, pelo menos em parte, a melhora do estado de saúde dos indivíduos com fibromialgia.

Ambos os estudos conduziram as intervenções por meio de palestras e atividades em grupo. Em particular, os temas mais abordados nos programas interdisciplinares de educação em saúde foram informações gerais sobre fibromialgia, práticas corporais, atividades físicas e abordagens farmacológicas. Em relação ao tempo de intervenção, foi observada diferença entre os dois estudos. A intervenção variou de 4 (28 dias) [32] a 11 semanas (77 dias). [33] A literatura sugere que o tempo de atendimento ao programa seja, pelo menos, 102 dias - o tempo necessário para a formação do hábito diário. [34]

Um mês após a intervenção, Bosch Romero et al . [32]avaliaram os participantes para verificar a manutenção dos resultados obtidos, enquanto Pereira Pernambuco et al . [33]analisou apenas os resultados pré e pós-intervenção. Atualmente, existe uma demanda crescente por avaliação e monitoramento de políticas e programas sociais, nos quais as organizações não governamentais estão cada vez mais identificando a necessidade de incluir metodologias para avaliar e monitorar os resultados e impactos dos programas implementados. As abordagens de avaliação são uma ferramenta importante para a legitimidade da pesquisa na educação em saúde; entretanto, ainda são poucas as evidências conclusivas sobre as diversas ações de educação em saúde. Assim, é necessário estimular o desenvolvimento de formas mais eficientes de avaliação dos programas, principalmente a sustentabilidade dessas ações. Em geral, ambos os estudos forneceram benefícios significativos em algumas das variáveis ​​avaliadas (redução da dor [32] e alterações imunológicas e neuroendócrinas,[33], mas usando ferramentas diferentes.

Os profissionais de saúde e os formuladores de políticas públicas devem considerar os custos e a eficácia dos programas interdisciplinares de educação em saúde para indivíduos com fibromialgia. Embora as abordagens educacionais sejam amplamente utilizadas na prática e prevenção de outros problemas de saúde, as evidências atuais sobre grupos interdisciplinares de educação em saúde em fibromialgia ainda precisam ser mais claras. Tais evidências são essenciais para que os profissionais de saúde conheçam a melhor forma de abordar a educação em saúde na pessoa com fibromialgia e possam incluí-la na APS.

Nesse contexto, fica evidente a necessidade de outros estudos de maior qualidade, desenhados para estabelecer evidências suficientes e fortes para o manejo adequado dos sintomas da fibromialgia. No entanto, as conclusões desta revisão mostram uma série de estudos com poucas evidências e com algumas limitações. Portanto, avaliações abrangentes e bem planejadas e intervenções interdisciplinares na educação em saúde são necessárias para indivíduos com fibromialgia.

Atualmente, o grupo de pesquisa responsável por esta revisão está conduzindo um importante ensaio clínico randomizado para o desenvolvimento de um protocolo para um programa interdisciplinar de promoção da saúde para indivíduos com fibromialgia. Assim, em breve os pesquisadores poderão fornecer informações novas e de alta qualidade sobre o tema. Espera-se que este estudo contribua para uma melhor compreensão da eficácia desta intervenção.

A limitação do presente estudo foi o número limitado de estudos analisados ​​na literatura científica sobre intervenções educativas que promovam a saúde em pessoas com fibromialgia por meio do método ensaio-clínico. No entanto, nosso artigo buscou utilizar os artigos considerados os melhores níveis de evidência científica para encontrar a resposta ao objetivo proposto.


  Conclusão Principal


Um programa interdisciplinar de educação em saúde pode melhorar a dor e a qualidade de vida em pessoas com fibromialgia; no entanto, as evidências mostram baixa qualidade metodológica. Os pesquisadores devem considerar os resultados desta revisão sistemática ao sugerir novos programas interdisciplinares de educação em saúde para pessoas com fibromialgia. É importante que os profissionais de saúde estejam capacitados e preparados para aplicar intervenções educativas às pessoas com fibromialgia e disseminar essa possibilidade de atendimento em todas as redes de saúde. Novos estudos são sugeridos para fortalecer as ações educativas interdisciplinares que promovam a saúde das pessoas com fibromialgia, por se tratar de um tema que tem se mostrado de grande importância e tem sido indicado por diversos profissionais, porém não foram realizados estudos com essas características importantes. Portanto,

Agradecimentos

Os autores gostariam de agradecer à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES).

Apoio financeiro e patrocínio

Este estudo foi parcialmente financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código Financeiro 001.

Conflitos de interesse

Não há conflitos de interesse.



 
  Referências Principal

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Candeias NM. Conceitos de educação e de promoção em saúde: Mudanças individuais e mudanças da saúde no contexto da atenção primária. Rev Panam Salud Publica 2012; 31: 115-20. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0034-89101997000200016 . [Último acesso em 2020 em 13 de setembro].  Voltar ao texto citado no.  20
    
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Wolfe F, Smythe HA, Yunus MB, Bennett RM, Bombardier C, Goldenberg DL, et al . Critérios do American College of Rheumatology 1990 para a classificação da fibromialgia. Relatório do comitê de critérios multicêntricos. Arthritis Rheum 1990; 33: 160-72. Disponível em: https://doi.org/10.1002/art. 1780330203 . [Último acesso em 2020 em 13 de setembro].  Back to cited text no. 28
    
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Jadad AR, Moore RA, Carroll D, Jenkinson C, Reynolds DJ, Gavaghan DJ, et al . Avaliando a qualidade dos relatórios de ensaios clínicos randomizados: O mascaramento é necessário? Control Clin Trials 1996; 17: 1-2. Disponível em: https://doi.org/10.1016/0197-2456 (95) 00134-4 . [Último acesso em 2020 em 13 de setembro].  Back to cited text no. 29
    
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Bosch Romero E, Sáenz Moya N, Valls Esteve M, Viñolas Valer S. Estudo da qualidade de vida de pacientes com fibromialgia: Impacto de um programa de educação em saúde. Aten Primaria 2002; 30: 16-21. Disponível em: https://doi.org/10.1016/s0212-6567 (02) 78958-0 . [Último acesso em 2020 em 13 de setembro].  Back to cited text no. 31
    
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    Bonecos

  [Figura 1]
 
 
    Mesas

  [Tabela 1] , [Tabela 2]

 

Observação

 direcionamentos. imagens e tabeas não traduzidos

 

fonte

https://www.jehp.net/article.asp?issn=2277-9531;year=2021;volume=10;issue=1;spage=64;epage=64;aulast=Antunes

Modificação na PL/6295/2016: relator retirou o art. 2°. O que muda?

 

O relator retirou o Art. 2º, do PL 6295/2016, que por se tratar do mesmo tema foi anexado ao PL 8808/2017 ( que fora aprovado no SENADO, onde originou).
O relator retirou por se tratar de organização do Poder Executivo. O Poder Legislativo não tem autonomia para regrar determinadas ações aos Ministérios, que estão sob o comando da Presidência da República (Poder Executivo).


O que dizia o Art. 2º.?

Art. 2º Na semana em que incidir o dia 12 de maio, em cada ano, o Ministério da Saúde desenvolverá, em todo o território nacional, campanhas educativas e de esclarecimento à população e aos profissionais de saúde sobre a Fibromialgia, seus sinais e sintomas e formas de melhorar a qualidade de vida dos doentes.


Sabemos da importância deste artigo, e ainda que seja sancionado sem ele, temos o direito de reivindicar junto ao Ministério da Saúde tais ações.

Você compreende isso?
Tem alguma dúvida?

Se você compreender esses processos, perceberá quanto é importante e necessária nossas ações e participações.


Somos parte interessada, nossa expressa vontade precisa ser conhecida e reconhecida.

No Estado de Santa Catarina: aprovado projeto de lei para o Programa Estadual de Cuidados para Pessoas com Fibromialgia

 

 FOTO: Arquivo/Agência AL (http://agenciaal.alesc.sc.gov.br/)

"...

Fibromialgia
Com o voto contra de Bruno Souza (Novo), foi aprovado nesta terça o Projeto de Lei (PL) 519/2019, que institui o Programa Estadual de Cuidados para Pessoas com Fibromialgia. O autor da iniciativa é o deputado Kennedy Nunes (PSD).

O objetivo é oferecer serviços para diagnóstico e tratamento da fibromialgia, desenvolver campanhas para disseminar o programa, capacitar as equipes de saúde e familiares sobre a síndrome, entre outros. O PL segue para análise do governador Carlos Moisés da Silva (PSL).

 ...."

Fonte

https://schoje.news/2021/06/15/assembleia-aprova-criacao-da-procuradoria-especial-da-mulher/

Saúde Sem Complicações #62: Polimialgia reumática causa dor e rigidez no pescoço, ombros e quadris

 Ouça:

https://jornal.usp.br/podcast/saude-sem-complicacoes-62-polimialgia-reumatica-causa-dor-e-rigidez-no-pescoco-ombros-e-quadris/

Tida como autoimune, doença é mais frequente em mulheres e facilmente confundida com bursite, tendinite ou fibromialgia

O podcast Saúde Sem Complicações desta semana recebe o médico Flávio Calil Petean, médico assistente da Divisão de Reumatologia, Alergia, Imunologia e Terapia Imunológica do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, para falar sobre polimialgia reumática. A doença de causa desconhecida gera dor e rigidez na cintura escapular (região dos ombros) e no quadril, principalmente na parte da manhã.

Polimialgia reumática

A doença é considerada autoimune e acomete, na maioria das vezes, pessoas com mais de 50 anos. Segundo Petean, a doença se instala em três meses e, nesse período, apresenta sintomas graduais que são piores pela manhã; além da dor e rigidez, o paciente pode sentir febre, cansaço, anemia e até mesmo emagrecimento. 

É comumente confundida com bursite, tendinite ou fibromialgia; no entanto, diz o médico, quando investigada como doença inflamatória e são realizados exames, é possível fazer a diferenciação, já que a polimialgia reumática altera exames de laboratório.

É uma doença pouco diagnosticada, por isso, existe pouco levantamento estatístico no Brasil. Mas, conta Petean, estima-se que 1% das pessoas acima dos 50 anos sofram do mal. Em outros países, como a Inglaterra, pesquisas buscam pelas causas da polimialgia reumática e uma predisposição hereditária.

Segundo Petean, o tratamento é feito à base de corticoides em doses pequenas para evitar efeitos colaterais como osteoporose, hipertensão, diabete e ganho de peso. Além dos corticoides, os pacientes também tomam suplementos de cálcio e vitamina D, tratamento que apresenta uma melhora rápida, possibilitando, em 80% dos casos, a suspensão da medicação, explica o médico.

 

saude


Saúde sem complicações

Apresentação: Mel Vieira
Produção: Mel Vieira e Flávia Coltri
Edição: Rita Stella
Edição Sonora: Mariovaldo Avelino e Luiz Fontana
Coordenação: Rosemeire Talamone
Edição Geral: Cinderela Caldeira
E-mail: ouvinte@usp.br
Horário: terça-feira, às 13h.
 
Veja todos os episódios da Saúde sem complicações
Você pode sintonizar a Rádio USP em São Paulo FM 107,9; ou Ribeirão Preto FM 107.9, ou pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo no celular para Android e iOS

 

 

fonte:

https://jornal.usp.br/podcast/saude-sem-complicacoes-62-polimialgia-reumatica-causa-dor-e-rigidez-no-pescoco-ombros-e-quadris/

Araxá/MG: Raphael Rios propõe identificação para melhorar o atendimento das pessoas com fibromialgia

 Raphael Rios propõe identificação para melhorar o atendimento das pessoas com fibromialgia

Data:

Pacientes com fibromialgia beneficiados com a Lei 7.367/2019 que garante a eles atendimento preferencial podem conquistar novo direito. O presidente da Câmara Municipal, vereador Raphael Rios, é autor do projeto de lei que cria a carteirinha para identificar os pacientes que sofrem da patologia e, assim, acelerar o atendimento em repartições públicas e privadas.

De acordo com o projeto de lei, a identificação será disponibilizada por meio de credenciamento junto à Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), segundo os critérios da entidade.

Raphael explica que a Lei 7.367/2019, de autoria do então vereador Robson Magela, trouxe melhoria de vida para os cidadãos com fibromialgia, considerando que passaram a ter prioridade nos atendimentos lá previstos.

“Fomos procurados por alguns pacientes nos informando que, para garantir o atendimento preferencial, era necessário apresentar vários documentos e laudos. Para facilitar esse trâmite, sugerimos que os pacientes se credenciem junto à Apae e, munidos da carteirinha emitida pela instituição legalmente habilitada, tenham acesso ao atendimento preferencial conforme lei já em vigor”.

O projeto de lei foi apresentado durante Reunião Ordinária desta terça-feira (15) e segue para as comissões competentes da Casa Legislativa.

fonte: https://www.diariodearaxa.com.br/raphael-rios-propoe-identificacao-para-melhorar-o-atendimento-das-pessoas-com-fibromialgia/

Fibromialgia: Entenda porque você sente tanta fadiga

 


 A FIBROMIALGIA, dentre outras características, está relacionada a alterações bioquímicas: neurotransmissores são proteínas que regulam reações no nosso corpo; na fibromialgia os neurotransmissores responsáveis pela inibição dos processos de dor estão diminuídos e aqueles que facilitam a transmissão dolorosa estão aumentados.

🦋

Ou seja, o paciente é muito mais sensível a estímulos externos, pois a ⚡MODULAÇÃO DOS PROCESSOS DE DOR ESTÁ ALTERADA NO ORGANISMO⚡: qualquer estímulo doloroso aumenta de intensidade. Até mesmo o toque pode ser interpretado como dor pelo organismo. 

🦋

Uma pessoa que não tem diagnóstico de fibromialgia já pode se sentir fadigada no fim do dia, após executar suas atividades de casa ou do seu trabalho, pois mesmo sem percebermos nossos músculos podem estar tensos e GASTAMOS ENERGIA PARA FAZER TUDO. 

🦋

Agora imagine para uma pessoa que possui alteração nesse processo de modulação da dor, o quão mais sensível ela não estará a essa tensão do nosso corpo ao executarmos nossas tarefas. ✴️A energia gasta em qualquer atividade é muito maior e isso leva a essa sensação de cansaço permanente.✴️

🦋

E porque eu já acordo cansada? 
Outra característica descoberta sobre a fibromialgia é a dificuldade em manter um sono profundo: o sono tende a ser superficial: ⚡dentro do ciclo do sono a fase de sono profundo é fundamental para o relaxamento do corpo, sem essa fase a qualidade do sono cai muito e a pessoa mesmo que durma por muitas horas acorda com essa sensação de cansaço, ou o que me relatam muito "Parece que um caminhão passou por cima de mim", "Acordei mais cansada do que fui dormir"⚡. Mais um motivo para essa sensação de cansaço constante. 

🦋

Por isso é muito importante realizarmos ‼️EXERCÍCIO FÍSICO E ALONGAMENTO DIARIAMENTE‼️, porque assim melhora o seu condicionamento físico para passar por essas tensões na execução das atividades do dia a dia. 

🦋

Agora conta pra mim aqui nos comentários⬇️💜, quais são suas maiores dificuldades nas atividades da sua rotina?
https://www.instagram.com/p/CQJacJitR0r/?utm_medium=copy_link

 Autoria da Dra.Marcella De C Barcelos Teixeira 

Contato: https://instagram.com/dra.marcelladecarlo

fonte https://www.instagram.com/p/CQJacJitR0r/?utm_medium=copy_link

segunda-feira, 14 de junho de 2021

Fibromialgia: de cada dez pessoas com a doença, nove são mulheres v

 Carla Conte 


Ela ataca partes do corpo como pescoço e costas e atinge mais mulheres do que homens. Descubra causas e tratamentos

Por Larissa Serpa Atualizado em 8 jun 2021, 11h38 - Publicado em 12 jun 2021, 09h00

A fibromialgia, doença ainda sem cura, provoca dores generalizadas no corpo e atinge muito mais a ala feminina – de cada dez pessoas com fibromialgia, nove são mulheres.


No Brasil, o distúrbio leva quase cinco anos para ser diagnosticado, após a paciente ter consultado, em média, sete médicos.


Veja mais detalhes sobre esse problema e o que fazer para tratá-lo:


O que é?

 
Trata-se de uma síndrome classificada como um tipo de reumatismo de partes moles (ou seja, não afeta ossos e articulações), que provoca dores no corpo todo: pescoço, costas, mãos e pés, por exemplo. Outros sinais são sono não repousante, cansaço, dificuldade de memorização e concentração e alteração de humor. Também podem ocorrer enxaqueca e desarranjos intestinais. Em mais de 50% dos casos, a depressão acompanha o distúrbio.


Qual a origem?

 
A causa exata ainda é desconhecida. Estudos apontam que está relacionada ao stress, sedentarismo e a um defeito do mecanismo de controle da dor, situado no sistema nervoso. É como se o cérebro tivesse um termostato desregulado. “Por isso, as pacientes com fibromialgia apresentam maior sensibilidade à dor do que as outras pessoas”, diz Eduardo Paiva, chefe do Ambulatório de Fibromialgia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná. “A dor é real e não fruto da imaginação, como alguns acreditavam no passado”, completa o  reumatologista Roberto Heymann, coordenador do Ambulatório de Fibromialgia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).


Quem está mais suscetível a essa doença?

 
Segundo a Associação Internacional para o Estudo da Dor, de 80% a 90% dos casos atingem mulheres, mas ainda não se sabe por que elas são as mais afetadas. Existe também uma tendência de ocorrer mais fibromialgia entre membros da mesma família. 

Há como prevenir?

 
A atividade física regular parece ser a grande forma de prevenção. Porém, saber dosar o exercício e o repouso é um dos grandes desafios para as pacientes. “Quando se sentem melhores, muitas delas acabam abusando e aí passam a ter mais dor”, afirma Eduardo. Dormir em um quarto escuro, sem barulho, e evitar ingerir substância que possam interferir no sono (café, por exemplo) também
ajudam bastante a controlar a dor.


Que fatores desencadeiam o problema?

 
Trauma físico ou psicológico (como um acidente de carro, um assalto, uma separação ou a morte de algum parente), alteração de humor (ansiedade e depressão), stress, mudanças climáticas ou infecções virais podem ser o estopim para a problema surgir. Normalmente ele aparece em pessoas de 30 a 50 anos.


Qual é o tratamento?

 
O tratamento inclui remédios, como antidepressivos e neuromoduladores, que ajudam a reduzir a sensibilidade à dor. Mas também é essencial fazer psicoterapia. Algumas pacientes se beneficiam com acupuntura. A prática de atividade física – de preferência, aeróbica e sem impacto (como caminhada e
hidroginástica), de três a quatro vezes por semana, por 30 minutos – ajuda a manter a dor sob controle. Alongamento também é recomendável.


Quando se deve procurar um médico?

 
Ao sentir dor em mais de uma parte do corpo por mais de três meses. O melhor médico a consultar nesse caso é o reumatologista – ele é o especialista que está mais apto a fazer um diagnóstico preciso. 


https://boaforma.abril.com.br/equilibrio/fibromialgia-tire-suas-duvidas/

O que é o nevoeiro mental, um dos sintomas menos conhecidos da menopausa

 iStock 

Laura Plitt - BBC News Mundo

11/06/2021 11h30

 

Embora a menopausa continue sendo um tema tabu, você já deve ter ouvido falar nas
ondas de calor, na perda de elasticidade da pele e outras consequências --mas sabia que a condição também afeta o cérebro?

 
Bem no início de sua carreira, Gayatri Devi, neurologista do Hospital Lenox Hill, em Nova
York, e seus colegas diagnosticaram erroneamente com
Alzheimer uma paciente que
estava na
menopausa.

Após uma série de tratamentos (o último incluindo estrogênio), a mulher melhorou, e Devi
descobriu que os sintomas que ela apresentava inicialmente, perda de memória e
desorientação, tinham, na verdade, uma causa muito diferente.

 

O declínio cognitivo da paciente estava diretamente ligado a uma redução drástica nos
níveis de estrogênio, o hormônio cuja produção começa a flutuar e diminuir durante os
anos que antecedem a menopausa, que começa oficialmente um ano após a última
menstruação.


Foi um ponto de inflexão que levou Devi a investigar um dos sintomas talvez menos
conhecidos da menopausa: o nevoeiro mental ou cerebral, que muitas mulheres sofrem
sem saber do que se trata.


"Muitas mulheres que passam pela pré-menopausa, o período de sete anos em torno da
época em que param de menstruar (o que na maioria dos países ocidentais acontece por
volta dos 52 anos), começam a ter dificuldade para lembrar e encontrar palavras, se
concentrar em várias tarefas ao mesmo tempo", explica Devi à BBC News Mundo, o
serviço em espanhol da BBC.


"Elas relatam problemas com a fluência verbal, algo em que geralmente são muito
habilidosas", acrescenta.


Em seguida, podem proferir frases com palavras trocadas, ou se referir a objetos que
desejam nomear como "aquilo" ou "aquela coisa".
 


Essa condição afeta o tipo de memória que as mulheres usam, por exemplo, quando vão à loja e tentam lembrar o que queriam comprar, ou quando contam histórias, ou participam de uma conversa e depois querem recordá-la, explica à BBC News Mundo Pauline Maki, professora de psiquiatria, psicologia e obstetrícia e ginecologia na Universidade de Illinois, em Chicago, e ex-presidente da Sociedade Americana de Menopausa. 

É também um problema mais difundido do que se pensava anteriormente. 

"Em nossos estudos, encontramos deficiências clinicamente significativas, nas quais 10%
das mulheres obtiveram pontuação consideravelmente menor do que o esperado para
sua idade", diz Maki.


"Mas muitas outras apresentam dificuldades mais sutis, no sentido de que sua capacidade
de realizar seu trabalho não é afetada, mas percebem as diferenças", acrescenta.


De acordo com Devi, "cerca de 60% das mulheres na pré-menopausa ou na menopausa
vivenciam essas mudanças cognitivas de forma subjetiva, mas quase sempre podem ser
corroboradas com evidências".

Sensibilidade ao estrogênio

Um dos principais problemas é que o cérebro possui receptores de estrogênio, e muitos
deles estão localizados no hipocampo, região cerebral que é importante tanto para fixar
como para recuperar certos tipos de memória.


"Ao haver uma queda abrupta de estrogênio durante a menopausa, parte dessa atividade
no hipocampo é afetada", explica Devi.


Estudos em que as participantes haviam removido os ovários (que produzem a maior
parte do estrogênio) mostram que a capacidade cognitiva foi recuperada quando
receberam estrogênio, diz Maki.

 

O que significa que nem todas as mulheres perto da menopausa sofrem de nevoeiro mental, termo que o médico britânico Edward Tilt (1815-1893) começou a usar em meados do século 19 para se referir à condição que envolvia os cérebros das mulheres, que não se lembravam onde tinham deixado a bolsa ou como voltar para casa, na menopausa ?, já que existem níveis muito diferentes de sensibilidade aos estrogênios. 

O impacto das ondas de calor na memória

 
"Mas não é apenas o estrogênio que é importante. Devemos também considerar outros
fatores, como problemas de sono", diz à BBC News Mundo Rebecca Thurston, professora
de psiquiatria da Universidade de Pittsburgh, nos EUA.


"Até 60% das mulheres durante a transição para a menopausa relatam problemas com o
sono, e isso está associado à memória e ao funcionamento e estrutura do cérebro", indica
a pesquisadora.


A falta de sono interfere nos circuitos de memória, assim como as ondas de calor ou
fogachos (o calor intenso que surge repentinamente principalmente no rosto, no pescoço
e no peito, e que pode ruborizar a pele e causar transpiração abundante), que em casos
extremos pode durar até os 60 ou 70 anos.


Além de ter um impacto profundo no sono (algumas mulheres relatam não só acordar no
meio da noite por causa das ondas de calor, como ter que trocar de roupa devido à
transpiração), são em si um problema.


"Costumávamos pensar que os fogachos eram sintomas benignos que as mulheres
tinham que suportar, mas agora vemos que estão associados ao risco cardiovascular e
que são marcadores de doenças de pequenos vasos cerebrais, de menor eficiência
conectiva entre (as duas partes do) hipocampo, e mudanças na memória", afirma
Thurston.
 


Mudanças de humor, ansiedade e depressão, que aumentam durante a pré-menopausa, também afetam a memória. 

Tabu e falta de conhecimento 

Se é um sintoma que aparece com tanta frequência, é interessante se perguntar por que há tanto desconhecimento sobre sua relação com a menopausa.

"O problema é que isso pode ocorrer em um intervalo de muitos anos, e as mulheres não
sabem que estão na pré-menopausa, e também é o tipo de problema que você pode
atribuir a outros fatores", diz à BBC News Mundo Karyn Frick, professora de psicologia da
Universidade de Wisconsin-Milwaukee, nos EUA.


Outros sintomas mais conhecidos:

 
- Mudanças na duração e frequência da menstruação;
- Mudanças na quantidade de sangramento (maior ou menor);
- Secura vaginal;
- Dificuldade para dormir;
- Palpitações;
- Dor e rigidez das articulações;
- Mudanças de humor;
- Redução da massa muscular; 

- Infecções do trato urinário recorrentes. 

Fonte: Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido, NHS. 

"As mulheres por volta dos 40 estão muito ocupadas, pode ser que tenham um trabalho, provavelmente estão cuidando da casa, têm filhos de diferentes idades, podem cuidar dos pais idosos, e com isso provavelmente atribuem (os problemas cognitivos) ao estresse", avalia Frick.

Por outro lado, "muitas mulheres, sobretudo as profissionais, têm medo de falar sobre
isso. Sentem-se envergonhadas por ser um tema tabu. As mulheres trabalham muito duro
para alcançar certas conquistas na carreira e não querem ser vistas como velhas, fracas,
por isso vão tentar esconder mais do que falar sobre o que está acontecendo com elas",
afirma a pesquisadora.


Outra dificuldade é que não é óbvio qual especialista elas devem consultar.


"Se eu fosse uma mulher com esses sintomas nos Estados Unidos, iria procurar um
especialista em memória, mas a maioria nem sequer pergunta sobre a situação da mulher
em relação à menopausa, tratam as mulheres como se fossem homens", observa Devi.


"É uma grande mudança na vida de uma mulher e é ignorada pelos especialistas em
cérebro, e isso é uma pena. Só agora os ginecologistas e obstetras estão entendendo que
isso é algo que acontece."


As especialistas consultadas pela BBC News Mundo concordam com a necessidade de
realizar estudos rigorosos sobre o declínio cognitivo associado à menopausa e,
sobretudo, de divulgar esta informação para evitar que milhões de mulheres sofram
desnecessariamente.


Tratamento

Como primeiro passo, Maki sugere: 

"É importante que as mulheres não entrem em pânico pensando que isso significa que têm Alzheimer, porque a menos que tenham uma mãe ou tia que teve a doença muito cedo, é muito pouco provável que seja isso. O que está acontecendo com elas é normal." 

Embora os resultados sejam mistos, parece que a névoa mental se dissipa à medida que
o cérebro se acostuma a funcionar com pouco ou nenhum estrogênio. Ou seja, é
transitória.


Mas, "se as ondas de calor a mantém acordada a noite toda e você não consegue dormir
bem, é aconselhável consultar um médico, que pode recomendar a terapia de reposição
hormonal em certos casos, especialmente em mulheres mais jovens, uma vez que os
benefícios superam os riscos", diz Maki.


Devi concorda que muitas mulheres respondem bem a essa terapia, cujo uso foi reduzido
drasticamente após a publicação de um estudo controverso há quase duas décadas que
associou a terapia de reposição hormonal ao
câncer de mama e que, mais tarde, foi
questionado.


"As terapias de reposição hormonal modernas são mais específicas do que antes, mais
focadas e existem várias formas de estrogênio. São melhores do que antes e, em muitos
casos, podem ser benéficas", avalia Frick.


"Mas se a terapia hormonal for seguida, há uma janela de oportunidade entre o fim dos 40
e o início dos 50 anos", esclarece.


Em uma idade mais avançada, não apresenta os mesmos benefícios e pode até ser
contraproducente.

Para quem não sofre desses sintomas agudos ou por qualquer motivo opte por não fazer a terapia hormonal, há várias outras medidas que podem contribuir para melhorar o desempenho cognitivo, como fazer exercícios aeróbicos, estimular o cérebro com jogos e exercícios mentais, seguir uma rotina para melhorar o sono, diminuir o consumo de álcool à noite e adotar uma dieta mediterrânea. 

 

Fonte: https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/bbc/2021/06/11/o-que-e-o-nevoeiro-mental-um-dos-sintomas-menos-conhecidos-da-menopausa.htm