Ai como dói! Meu santo Deus! Não há remédio que de jeito nisso! Não aguento mais!
Ninguém aqui duvida de sua dor, ou da dor de ninguém.
Segundo o site da Dor, ela é:
“Experiência sensitiva e emocional desagradável associada ou relacionada a lesão real ou potencial dos tecidos. Cada indivíduo aprende a utilizar esse termo através das suas experiências anteriores.”
IASP- International Association for the Study of Pain (Associação Internacional para o Estudo da Dor).
Pois é! Fibromiálgico conhece muito bem tudo que falam aí.
Porém, é do conhecimento de todos também que nosso tratamento não é só com medicamentos... é preciso uma boa turma de profissionais para nos ajudarem a diminuir nossos sintomas, além da dor é claro.
Então vem a discussão! A Atividade Física!
Como posso fazer algum exercício cheio de dores? Boa pergunta!
Mas você já perguntou isso ao seu médico?
Você já parou para pensar que se a medicação te ajuda a diminuir um pouquinho essa dor, a atividade pode e vai te ajudar ainda mais?
Quanto sacrifício muitos pacientes com diversas doenças precisam fazer para terem VIDA, para terem resgatada a dignidade, a qualidade de vida, a ordem interior e por fim a exterior? Vários, muitos, infinitos!
Nós não somos diferentes! A fibromialgia trava uma guerra contra nós, nos causando desânimo, cansaço, vertigem, dores de cabeça, .... e as dores!
Tudo parece que quer que desistamos, e nos entreguemos a ela... de corpo e alma.
Porém, não tá certo isso! Não nascemos assim! Não precisamos reagir dessa forma! Não somos pessoas que aceitam rapidamente a derrota, ou que não conseguiremos lutar.
Nãoooo! Aqui tá cheio de gente guerreira, que consegue trabalhar, cuidar de sua casa, de sua família, de sua vida privada e é fibromiálgico.
Se a medicação não está te aliviando... algo precisa ser feito e logo!
Mas para aqueles que sentem que já é possível dar início a fase das atividades físicas... mãos a obra. Não adianta adiar! O tempo é agora, o dia é hoje!
Já publicamos várias matérias sobre os benefícios das atividades físicas para o paciente fibromiálgico... Não há como contestar ou duvidar.
Se você não tem restrições médicas, se você tem autorização para fazer... escolha uma que te agrade, que te traga prazer em fazer também... e vamos mexer esse "corpicho".
Não vai ser fácil... Ah, não vai não! Mas pode ter certeza! Tem muita gente aqui que torce por você e pela sua melhora. Mas você precisa fazer sua parte, ok?!
Depois vai nos contando sobre suas experiências... Mas vá com calma! Não é da noite para o dia que tudo vai acontecer!
Agora leia com atenção, a matéria escolhida a dedo para te encorajar a sair do sedentarismo. E olha... Quem vai falar é um dos maiores especialistas em Fibromialgia em nosso país... Acho que dá pra dar um crédito para ele, né?
Se arrume num lugar calmo, tranquilo, para sua leitura... avalie e repense seus conceitos... e tomara que por fim, você decida por você, pela teu bem estar!
Não custa tanto assim!
Até mais!!!!
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Dificuldades com a atividade física
Voltamos ao assunto do exercício físico, que ainda permanece como o grande tratamento para a fibromialgia (FM). Mesmo assim, pacientes e médicos, quando se encontram, gostam muito de discutir se as medicações ajudaram ou não, se houve efeitos colaterais, mas habitualmente não gastam o mesmo tempo discutindo a prescrição dos exercícios e as dificuldades do paciente em cumprir a sua parte do “acordo”.
Devemos lembrar que a atividade física é melhor quando diária, ou no mínimo três vezes por semana. Não existe um tipo de exercício que seja melhor para o paciente com FM. O paciente deve fazer o que lhe seja mais prazeroso, o que for mais fácil de ser continuado e o que não lhe doa. A atividade deve ser começada lentamente, sem a necessidade de chegar a um objetivo específico, a não ser sentir-se melhor. Não é necessário virar um atleta! Se a pessoa tem medo de água, não fará natação ou hidroginástica. Se gosta de isolamento, não fará exercícios em uma academia cheia de gente.
Outro ponto: a atividade deve ser programada para se tornar parte da rotina do paciente. Não será quando “eu tiver um tempinho” ou quando “eu acabar de fazer minhas coisas”. As outras coisas é que devem esperar enquanto o paciente pratica atividade física, e não ao contrário.
E não há a necessidade de sempre ser a mesma programação. Numa cidade que é fria no inverno, a natação ou hidroginástica podem ser trocadas por uma bicicleta ergométrica ou uma esteira até o tempo melhorar. Se o objetivo é caminhar e está chovendo fazer mais alongamentos naquele dia e dentro de casa, deixar o exercício mais aeróbico para o outro dia. Se é um dia de verão, o tempo está bom pegue a bicicleta, dê algumas voltas. O objetivo é não ficar parado.
E a dor que se tem quando se faz o exercício? Isto não pode acontecer na pessoa que tem FM. Se uma caminhada de uma hora hoje levou ao paciente no dia seguinte não conseguir se levantar de dor, deve-se fazer somente meia hora da próxima vez. Não vale “fazer até me arrebentar”! Calibre sempre a quantidade de esforço que é o ideal para você, e que será provavelmente diferente para outras pessoas. Se um anda mais rápido e não tem dor e o outro tem que ir mais devagar, não há problema.
Finalmente, sempre há aquele que não gosta de fazer exercício. Para estes, eu sempre digo que pacientes com FM, infelizmente (ou felizmente) não se podem dar ao luxo de não gostar. Não é mais essa a questão, e sim de necessidade, como se fosse uma medicação, a que com certeza apresenta menos efeitos colaterais.
Eduardo S. Paiva Chefe do ambulatório de fibromialgia do Hospital de Clínicas, UFPR
Fonte: http://www.fibromialgia.com.br/novosite/index.php?modulo=pacientes_outros_editais&id_mat=67 |