Todos sabemos
o que é se sentir estressado. E com certeza você já percebeu a relação entre
stress e fibromialgia, estou certa? Parece que quanto mais nervosos ficamos,
mais nosso corpo dói. Existem diversas fontes de stress, e identificando melhor
cada uma delas, é possível gerenciar essa condição com muito mais facilidade.
Você sabe
dizer exatamente e especificamente quais são as situações que mais causam
desconforto ou irritação em sua vida atualmente?
Essas situações
estão relacionadas a pessoas? A lugares? Já parou para pensar por quais motivos
essas coisas o incomodam tanto? As fontes de stress podem ser, de uma maneira
geral, internas ou externas. Qual a diferença?
Os estressores
internos referem-se a questões que envolvem percepções muito particulares de nossas vidas, seja nos
relacionamentos, medos, expectativas em relação ao trabalho, insatisfações com
pessoas ou situações. Ou seja, são os nossos próprios pensamentos causando
preocupações: “Ninguém entende a minha fibromialgia!”
“Será que um
dia vou me curar da fibromialgia?”
Os estressores
externos envolvem problemas como não ter dinheiro suficiente, viver em um
local poluído ou perigoso, por exemplo. Há ainda situações mais específicas que
podem envolver família e trabalho, que
estão fora do nosso controle. Por exemplo, uma pessoa que você precisa
conviver, ou o fato de ter alguma outra doença relacionada à fibromialgia.
Algo muito
interessante e que pode te ajudar é o fato de que, independentemente das situações
que ocorram na sua vida, em – grande – parte o estresse está relacionado à maneira com a qual você lida com a situação.
Este é o Princípio dos 90/10, de Stephen Covey. Segundo ele, 10% do que
acontece em nossas vidas está fora do nosso controle: o carro quebrar, ser
demitido, ficar preso em um engarrafamento, ficar doente, perder alguém
querido.... Porém, 90% da vida diz respeito a como nós reagimos a estes
acontecimentos, e são esses 90% que vão determinar sua condição emocional.
Esteja sempre
atento ao seu corpo e às sensações. Não menospreze os sinais que seu organismo
envia constantemente. Seu corpo e sua saúde são seu principal instrumento de vida
e trabalho, portanto não os deixe em segundo plano. Alguns sintomas mais comuns
de stress podem ser: tontura, insônia, ansiedade, palpitação, taquicardia,
alteração de humor, alteração de apetite, confusão mental.
Algumas
pessoas me perguntam: “A fibromialgia pode matar?”
A resposta para essa pergunta é simples. Não, a fibromialgia por si só não mata. Mas viver infeliz sim, é o mesmo que ir morrendo aos poucos. Por isso precisamos caminhar juntos para dar a volta por cima!
A resposta para essa pergunta é simples. Não, a fibromialgia por si só não mata. Mas viver infeliz sim, é o mesmo que ir morrendo aos poucos. Por isso precisamos caminhar juntos para dar a volta por cima!
Finalizo com
um trecho de Jim Brown:
“Os homens perdem a saúde para juntar dinheiro, depois
perdem o dinheiro para recuperar a saúde. E por pensarem ansiosamente no futuro
esquecem do presente, de forma que acabam por não viver nem no presente nem no
futuro. E vivem como se nunca fossem morrer... e morrem como se nunca tivessem
vivido.”
Lívia Teixeira
Paciente de fibromialgia e Idealizadora do programa De Bem Com a Fibro
*Por Abrafibro:
Mas o que é Estresse ou Stress?
*Por Abrafibro:
Mas o que é Estresse ou Stress?
Falar de estresse todo mundo fala – mas pouca gente sabe o que, de fato, é o estresse. "Normalmente, usam a palavra para significar que o dia foi corrido ou cheio de tarefas. Isso não necessariamente gera sinais de estresse, um mecanismo fisiológico sem o qual nem o ser humano nem os animais teriam sobrevivido", diz Selma Bordin, psicóloga do Hospital Israelita Albert Einstein.
Quando nossos ancestrais se deparavam com situações de perigo, como o encontro inesperado com um animal, precisavam defender-se – atacando ou fugindo. As duas reações demandam uma série de ajustes do corpo. "O batimento cardíaco acelera porque o coração tem que bombear mais sangue para os músculos que precisam receber mais energia. Há um aumento da respiração e da pressão arterial, entre outras coisas", explica a dra. Selma.
Atualmente, vivendo em cidades e enfrentando problemas bem diversos dos da selva – como pressões para atingir metas –, o corpo continua preparando-nos para lutar ou fugir quando nos sentimos ameaçados. Mas, em geral, não partimos para a briga física, nem saímos em disparada. E toda a adrenalina, por exemplo, liberada em nosso sangue, fica sem função.
Sinais
Ninguém adoece, devido ao estresse, de um dia para o outro. E o próprio corpo avisa que as coisas não vão bem, basta prestar atenção. Confira alguns sinais que podem indicar estresse:
- sensação de desgaste constante
- alteração de sono (dormir demais ou pouco)
- tensão muscular formigamento (na face ou nas mãos, por exemplo)
- problemas de pele
- hipertensão
- mudança de apetite
- alterações de humor
- perda de interesse pelas coisas
- problemas de atenção, concentração e memória
- ansiedade
- depressão
Causas
Os chamados estressores podem ser:
- internos: ligados a características de personalidade, como perfeccionismo, pressa, querer fazer tudo ao mesmo tempo.
- externos: do ambiente. Mudanças em geral, até mesmo as positivas, desencadeiam estresse – porque exigem adaptação: nascimento de filho, mudanças profissionais (troca de emprego, promoção, demissão), aposentadoria, mudança de casa, divórcio, doença ou morte de pessoas queridas. Mas há também os pequenos, como o trânsito, que pode acabar tendo um peso importante para muitas pessoas.
Quão estressante é um fator depende do fator em si, do significado que tem para a pessoa e da forma que ela lida com ele", comenta a Dra. Selma.
Veja o potencial estressante de algumas situações, sendo 100 o maior possível*.
- morte do cônjuge - 100
- divórcio - 73
- prisão - 63
- morte de um parente querido - 63
- casamento - 50
- demissão do trabalho - 47
- aposentadoria - 45
- reconciliação conjugal - 45
- gravidez - 40
- grandes conquistas pessoais - 28
- problemas com o chefe - 23
- férias - 13
Como evitar e tratar
É bom lembrar que estresse todo mundo tem, até certo ponto. No dia-a-dia, diversas situações se apresentam para as pessoas, que se adaptam a elas. "É preciso estresse para viver. É ele que nos faz levantar e ir atrás do que queremos ou precisamos, com algum grau de satisfação. O problema é quando se torna excessivo e supera nossa capacidade de adaptação ou quando persiste por muito tempo", alerta a psicóloga.
O tratamento do estresse foca três pontos:
- administrar os estressores,
- aumentar a resistência a eles e
- mudar a forma de enfrenta-los.
Temos limites que precisamos reconhecer. Administrar estressores requer identificar os que “pesam” mais sobre nós e eliminar, administrar ou deixar para depois, o excesso de peso, respeitando os próprios limites. Isso requer habilidades como dizer não, negociar e priorizar. “Entrevistei muita gente que trabalhava mais que 16 horas todos os dias, tentando uma produtividade maior.
Não adianta. Se não descansarmos adequadamente nossa capacidade de atenção, concentração, memória, julgamento e tomada de decisão ficarão comprometidas. E os dez minutos necessários para compreender determinado relatório não serão suficientes. Precisaremos de vinte”.
Aumentar nossa resistência aos estressores significa manter nosso organismo saudável e em maiores condições de enfrentar os desafios:
- dormir bem
- cuidar da saúde
- alimentar-se de forma saudável
- fazer atividades físicas
- proporcionar-se momentos de prazer e relaxamento
- evitar estimulantes e substâncias tóxicas como café, bebidas alcoólicas, tabaco e outras drogas.
Quando não podemos mudar ou eliminar o estressor precisamos nos adaptar a ele, da melhor maneira. "Se seu problema é o trânsito, tente outros horários ou rotas alternativas. Saia mais cedo. Se tiver que enfrenta-lo terá duas opções: da forma melhor, ou da pior. Você pode ficar irritado, buzinando ou gritando. Ou pode ouvir música, treinar o ouvido para idiomas, ouvir um seminário ou aula. Precisamos resolver o que fazer com o problema que está lá e vai continuar por lá", diz a Dra. Selma.
Os estressores internos, aqueles que são resultado de características de personalidade, requerem trabalho maior. "Ninguém muda com pequenas dicas, e psicoterapia pode ser necessária. Quando o jeito de lidar com as coisas é problemático, é aconselhável procurar um psicólogo", orienta a Dra Selma.
Importante: em nenhum momento deve-se lançar mão da automedicação. "Não existe medicação para tratar estresse. Alguns médicos prescrevem complexos vitamínicos. Se o estresse for crônico e evoluir para um estado depressivo ou ansioso, encaminhamos para avaliação de um psiquiatra", explica.
Publicado em: 13/07/2016