Alerta para perigo da automedicação
Cabe ao médico diagnosticar doenças,
identificar sintomas e, a partir disto, indicar qual o melhor
medicamento e a dosagem correta para que você fique bem. Automedicar-se
traz riscos à saúde, pois a ingestão de substâncias de forma inadequada
pode causar reações como dependência, intoxicação e até a morte. A
receita médica é a garantia de que houve uma avaliação profissional para
que determinado paciente utilize o medicamento.
E é para alertar a população dos riscos
que a automedicação acarreta que se celebra, neste 5 de maio, o Dia
Nacional do Uso Racional de Medicamentos. O objetivo é ressaltar o papel
do uso indiscriminado de medicamentos e a automedicação como principais
responsáveis pelos altos índices de intoxicação por remédios.
A automedicação pode agravar doenças, já
que a utilização de remédios sem a informação adequada pode esconder
determinados sintomas. Além disso, há o risco da combinação errada de
substâncias, que pode anular ou potencializar o efeito da outra. A venda
de medicamentos , quando esta for obrigatória, pode trazer implicações
sérias para a saúde. Desta forma, as farmácias e drogarias têm papel
fundamental no controle da automedicação.
“A principal preocupação com a
automedicação é a utilização irracional do medicamento, seja por não
precisar do produto ou mesmo de causar mais danos do que solução ao seu
problema de saúde. Além de poder mascarar sintomas, a utilização
indevida de medicamentos pode agravar a doença”, destaca José Miguel do
Nascimento Júnior, diretor do Departamento de Assistência Farmacêutica
da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos-MS.
“É importante destacar que não é somente a automedicação que pode trazer problemas aos usuários de medicamentos: caso não seja utilizado corretamente, mesmo que tenha sido prescrito, o medicamento pode causar danos”, reitera.
Prescrição - Há quase cinco anos foi
proibida no país a venda de antibióticos sem prescrição médica. A
decisão foi tomada em consequência do uso indiscriminado desses
medicamentos, que contribui para o aumento da resistência de
microorganismos e pode diminuir a eficácia dos tratamentos.
A venda de medicamentos tarjados também é
proibida sem prescrição médica, devido às contraindicações e possíveis
efeitos colaterais graves. No caso dos complementos vitamínicos e
minerais, cabe ao usuário realizar a ingestão de forma prudente, a
partir da avaliação de um profissional de saúde, e não devem substituir
os alimentos nem serem considerados como dieta exclusiva.
No caso dos medicamentos não tarjados, a
venda não exige a prescrição médica. As substâncias mais comuns são
utilizadas para o tratamento de sintomas como resfriados, azia, má
digestão, dor de dente e outros. Apesar desta baixa toxicidade, a
utilização deve ser feita com responsabilidade. Por isso, é essencial a
leitura das instruções de uso antes do consumo e, caso não haja melhora,
o paciente deve procurar um médico.
E no ato da dispensação, seja nas
farmácias privadas ou nos postos de saúde, o farmacêutico é o
profissional capacitado para prestar informações. Ele poderá tirar
dúvidas sobre o princípio ativo do produto, possíveis interações com
outros medicamentos e alimentos e horários em que deve ser ingerido,
além das orientações sobre como utilizá-los e guardá-los.
RENAME - O Ministério da Saúde vem
adotando várias iniciativas no sentindo de incentivar o uso racional de
medicamentos. Cabe destacar a atualização permanente da Relação Nacional
de Medicamentos Essenciais – RENAME, um instrumento oficial que norteia
a definição das políticas públicas para o acesso aos medicamentos no
âmbito do Sistema de Saúde brasileiro, e do Formulário Terapêutico
Nacional , que contém informações científicas, sobre os fármacos
constantes da Rename.
Além disso, o Ministério da Saúde
instituiu o Comitê Nacional para a Promoção do Uso Racional de
Medicamentos (CNPURM), para identificar e propor estratégias e
mecanismos de articulação, de monitoramento e de avaliação direcionados à
promoção do URM, de acordo com os princípios e as diretrizes do SUS.
“Sempre em consonância com as políticas nacionais de medicamentos e de
assistência farmacêutica, visando ampliar e qualificar o acesso a
medicamentos que atendam aos critérios de qualidade, segurança e
eficácia”, observa José Miguel.
Entre suas atribuições do CNPURM, está a
organização do Prêmio Nacional de Incentivo à Promoção do Uso Racional
de Medicamentos, que tem como objetivo incentivar, por meio de premiação
e reconhecimento de mérito, a produção técnico-científica voltada à
promoção do uso racional de medicamentos, com aplicação no SUS e
serviços de saúde. Também cabe ao comitê a organização do congresso
brasileiro sobre o Uso Racional de Medicamentos, cuja 6ª edição será no
ano que vem.
Com informações da Ascom-MS
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