Por Luciana Cássia Oliveira
Barbosa | Formada em Farmácia pela Universidade Federal de Ouro Preto,
com habilitação em Análises Clínicas e Farmácia Industrial. Mestre em
Farmacologia e Fisiologia pela Universidade Federal de Minas Gerais.
Possui especialização em Gestão de Saúde Pública e cursa especialização
em Farmácia Clínica. Atualmente é Especialista em Políticas e Gestão de
Saúde da SES-MG, onde atua na Superintendência de Assistência
Farmacêutica com trabalhos na Comissão de Farmácia e Terapêutica e
Cuidado Farmacêutico.
Automedicação e principais riscos
A automedicação é uma prática
caracterizada fundamentalmente pela iniciativa de um doente, ou de seu
responsável, em utilizar um medicamento sem prescrição médica para
tratamento de alguma doença ou alívio de sintomas. Muitas vezes, a
correta orientação médica é substituída inadvertidamente por sugestões
entre familiares, amigos ou até por conta própria. Além disso, utilizar
medicamentos prescritos para tratamento pontual de forma contínua,
também se caracteriza como forma de automedicação. Neste sentido, é
importante salientar que nesta prática muitas vezes os riscos superam os
benefícios.
Os medicamentos são a principal causa de
intoxicação no Brasil, segundo dados do Sistema Nacional de Informações
Tóxico-Farmacológicas (Sinitox), da Fundação Oswaldo Cruz, ficando à
frente de produtos de limpeza, agrotóxicos e alimentos danificados.
Além do impacto sobre a vida humana, as
reações adversas a medicamentos também influenciam significativamente
nos custos despendidos com saúde. De acordo com dados da Organização
Mundial da Saúde (OMS), os hospitais gastam entre 15% a 20% de seus
orçamentos para lidar com as complicações causadas pela automedicação,
caracterizando um problema de saúde pública.
De forma generalizada, os principais riscos da automedicação são:
• Atraso no diagnóstico correto, devido ao mascaramento dos sintomas;
• Agravamento do distúrbio;
• Alguns medicamentos podem provocar dependência;
• Possibilidade da ocorrência de efeitos adversos que são indesejados e podem ser graves;
• Desconhecimento de interações medicamentosas, uma vez que um medicamento pode anular ou potencializar o efeito de outro.
• Reações alérgicas que podem variar de leves, moderadas a graves,
• Criar resistência a micro-organismos, como no caso dos antibióticos;
• Intoxicações, que podem inclusive serem letais.
• Agravamento do distúrbio;
• Alguns medicamentos podem provocar dependência;
• Possibilidade da ocorrência de efeitos adversos que são indesejados e podem ser graves;
• Desconhecimento de interações medicamentosas, uma vez que um medicamento pode anular ou potencializar o efeito de outro.
• Reações alérgicas que podem variar de leves, moderadas a graves,
• Criar resistência a micro-organismos, como no caso dos antibióticos;
• Intoxicações, que podem inclusive serem letais.
Os principais medicamentos utilizados na
automedicação são os anti-inflamatórios e analgésicos, para alívio dos
sintomas de dor e febre. Como qualquer outro medicamento, no entanto,
deve-se atentar aos riscos. Febre alta, dores musculares, dor nos olhos,
mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas pelo
corpo, podem ser confundidas com uma gripe forte, mas também são
sintomas de arboviroses como Dengue, Zika e Chikungunya.
Arboviroses e doenças respiratórias
Medicamentos derivados de ácido
acetilsalicílico ou sigla AAS são totalmente contraindicados nos casos
das arboviroses causadas pelo mosquito Aedes aegypti, porque são
anticoagulantes ou antiagregantes plaquetários e assim, aumentam o risco
de sangramentos e hemorragias, pois a coagulação do paciente já está
prejudicada pela redução de plaquetas causada pelo ciclo da doença. Além
disso, os anti-inflamatórios não hormonais (ou não esteroidais) como o
diclofenaco, indometacina, piroxicam, naproxeno, cetoprofeno e o
ibuprofeno, por exemplo, são também todos contraindicados, pois também
elevam o risco de sangramentos. Por isso, é fundamental evitar a
automedicação, procurar um serviço de saúde e seguir rigorosamente as
orientações do médico, ficando atento a qualquer alteração no quadro de
saúde ao longo do tratamento prescrito.
Nas doenças respiratórias também ocorrem
altos índices de automedicação, especialmente com a chegada do inverno.
A estação mais fria do ano caracteriza-se pela baixa umidade,
resfriamento do ar, proliferação de vírus e consequentemente um perigoso
aumento de automedicação. Antitérmicos, analgésicos, anti-inflamatórios
e descongestionantes nasais são alguns dos principais medicamentos
utilizados sem prescrição médicas nesses casos. Porém, há uma série de
riscos envolvidos, a saber:
• Analgésicos e anti-inflamatórios: o
uso indiscriminado pode agravar problemas gástricos, ter ação
anticoagulante, provocar hemorragias, prejudicar pacientes com problema
cardíaco ou renal e agravar a hipertensão.
• Antitérmicos: pacientes com reação alérgica, ao usar o antitérmico, podem sofrer edemas (inchaço) da glote, impedindo a passagem de ar para os pulmões, e coceira.
• Descongestionantes nasais: quando usados constantemente podem causar taquicardia, elevação da pressão arterial, dependência e rinite medicamentosa.
• Antitérmicos: pacientes com reação alérgica, ao usar o antitérmico, podem sofrer edemas (inchaço) da glote, impedindo a passagem de ar para os pulmões, e coceira.
• Descongestionantes nasais: quando usados constantemente podem causar taquicardia, elevação da pressão arterial, dependência e rinite medicamentosa.
Há riscos também nas doenças
respiratórias crônicas, como a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)
e a asma. O manejo inadequado destas doenças acarreta prejuízos à
qualidade de vida dos pacientes e produz custos evitáveis para o sistema
de saúde.
Na tentativa de minimizar os problemas causados pela automedicação, os pacientes devem considerar exclusivamente as orientações de profissionais habilitados e após um diagnóstico seguro. No caso de eventuais dúvidas na utilização de qualquer medicamento, consulte sempre o seu médico ou farmacêutico. A automedicação pode trazer sérios riscos à saúde.
Referências:
MATOS JF et al, Prevalência, perfil e fatores associados à automedicação em adolescentes e servidores de uma escola pública profissionalizante – Cad. saúde colet. vol.26 no.1 Rio de Janeiro Jan./Mar. 2018
ARRAIS P S D. et al.; Perfil da automedicação no Brasil- Rev. Saúde Pública vol. 31 no. 1 São Paulo Feb. 1997
BORTOLETTO, M. E.; BOCHNER, R. Impacto dos medicamentos nas intoxicações humanas no Brasil. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 15, n. 4, p. 859-869, out./dez. 1999.
OLIVEIRA P D et al., Uso de inaladores na população de adolescentes e adultos com diagnóstico médico autorreferido de asma, bronquite ou enfisema em Pelotas, RS- Jornal Brasileiro de Pneumologia, Pelotas, 2013;v. 39(, n.3):287-295
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Doenças respiratórias crônicas / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2010.
Sites:
http://portal.anvisa.gov.br/resultado-de-busca?p_p_id=101&p_p_lifecycle=0&p_p_state=maximized&p_p_mode=view&p_p_col_id=column-1&p_p_col_count=1&_101_struts_action=%2Fasset_publisher%2Fview_content&_101_assetEntryId=402812&_101_type=content&_101_groupId=33868&_101_urlTitle=informe-snvs-anvisa-ufarm-n-2-de-1-de-dezembro-de-2003&inheritRedirect=true Acesso em: 24/04/2020
https://extra.globo.com/noticias/saude-e-ciencia/riscos-da-automedicacao-crescem-com-aumento-de-doencas-respiratorias-no-inverno-19564075.html Acesso em: 27/04/2020
texto original
http://blog.saude.mg.gov.br/2020/05/04/uso-racional-de-medicamentos-riscos-da-automedicacao/
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