sexta-feira, 24 de abril de 2020

Fibromialgia: o que é a síndrome da dor crônica que afeta Lady Gaga






Dr. José Eduardo Martinez explica sobre fibromialgia para o portal da Revista Galileu

 

Uma pausa nas informações de Covid-19. Leia esta entrevista de Dr. José Eduardo Martinez, da Comissão Científica sobre Dor, Fibromialgia e Outras Síndromes de Partes Moles e também da Diretoria Executiva da SBR, sobre fibromialgia, para o portal da revista Galileu. Aqui, Dr. Martinez, explica a doença, seus sinais e sintomas.


Fibromialgia: o que é a síndrome da dor crônica que afeta Lady Gaga

 

Fibromialgia: conheça a síndrome das dores crônicas que afeta Lady Gaga (Foto: Wikimedia commons)Fibromialgia: conheça a síndrome das dores crônicas que afeta Lady Gaga (Foto: Wikimedia commons)

Condição que atinge até 6,6% da população mundial faz com que a pessoa sinta muito mais dor do que o normal — até um simples toque pode causar o incômodo

Giuliana Viggiano Atualizado em  
 
“Brazil, I’m devastated” (“Brasil, estou devastada”). Assim começa a frase escolhida por Lady Gaga para comunicar aos fãs brasileiros o cancelamento de seu show no Rock in Rio, em setembro de 2017. O comunicado foi feito pelo Twitter pouco depois da cantora compartilhar com os fãs que sofre de uma síndrome conhecida como fibromialgia.
Mas, afinal, o que é a fibromialgia? (E por que Gaga teve de cancelar o show por causa disso?)

A fibromialgia é uma síndrome que causa dores intensas e crônicas no corpo inteiro, principalmente nos músculos. Outros sintomas da condição podem ser extrema fadiga, ansiedade, falta de atenção, esquecimentos e sono não restaurador — aquele no qual a pessoa não se sente descansada mesmo após uma noite inteira dormindo.
Como explica o reumatologista José Eduardo Martinez, membro da Sociedade Brasileira de Reumatologia, todos nós sentimos dor de forma diferente: enquanto um beliscão pode doer muito em uma pessoa, pode não ser tão incômodo em outra, por exemplo.

Já quem tem fibromialgia sofre uma desregulação nesse “sistema”, o que torna a pessoa mais sensível e faz com que tudo seja mais doloroso. “Existem pacientes em que apenas o toque dói”, relata Martinez, em entrevista à GALILEU.

Origem
 
As causas exatas da fibromialgia são desconhecidas, mas acredita-se que a condição esteja relacionada a níveis anormais de certas substâncias químicas no cérebro. Os especialistas acreditam que o sistema nervoso central (cérebro, medula espinhal e nervos) de quem tem essa síndrome processa a sensação dolorsa de maneira diferente.

"Algumas pessoas têm uma predisposição genética para desenvolver fibromialgia, mas este não é um fator determinante”, pontua o médico. O problema pode ser consequência de infecções, por exemplo, ou de questões emocionais, como estresse, traumas e depressão. “Em certas pessoas, episódios de dor intensa desencadeiam uma alteração permanente no sistema nervoso”, relata Martinez.

Prevalência
 
Segundo um estudo publicado pela Revista Brasileira de Reumatologia em 2016, entre 0,2% e 6,6% da população mundial sofre com fibromialgia.
De acordo com o Sistema Nacional de Saúde do Reino Unido, mulheres têm sete vezes mais risco de desenvolver a síndrome que os homens. O mais comum é que ela apareça entre os 30 e 50 anos, mas pode dar as caras em pessoas de qualquer idade,

Diagnóstico
 
Como cada um sente dor de um jeito, detectar essa condição muitas vezes não é tarefa fácil. O médico reumatologista faz o diagnóstico principalmente a partir de uma análise clínica dos sintomas — principalmente o período em que a pessoa vem sentindo dores e em quais parte do corpo se concentra o incômodo. 

Tratamento
 
A atividade física, aeróbica ou não, é uma das principais formas de tratar quem tem fibromialgia. Isso porque, ao se exercitar, o organismo libera substâncias que funcionam como analgésicos naturais, a exemplo das endorfinas. Esse mecanismo ainda contribui para melhorar a qualidade do sono de quem tem a síndrome. Fora isso, o médico também pode prescrever medicamentos específicos para dor e outros sintomas. Mas lembre-se: como cada caso é um caso, a orientação de um especialista é essencial.

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