Entidade emitiu alerta sobre os riscos da prática, que viralizou nas
redes sociais. 'Brincadeira' preocupa pais e educadores neste período de início
do ano letivo.
Por Bruno Vital, G1 RN
13/02/2020
11h17 Atualizado há
3 horas
"Brincadeira quebra-crânio" ou "desafio da rasteira"
pode causar lesões irreversíveis, diz SBN — Foto: Reprodução
A Sociedade Brasileira de
Neurocirurgia (SBN) emitiu uma nota alertando pais e educadores sobre o perigo
da "brincadeira quebra-crânio" ou "desafio da rasteira",
que viralizou nas redes sociais, nesta semana. Na terça-feira (11), vídeos em
que adolescentes aplicam rasteiras uns aos outros começaram a circular na
internet, o que preocupou pais e mães neste período de início de ano letivo.
A nota da SBN reforça que o
"desafio", que provoca uma queda brutal, pode causar lesões
irreversíveis ao crânio e à coluna vertebral. "A vítima pode sofrer danos
no desempenho cognitivo, fratura de vértebras, perder movimentos do corpo e até
morrer".
Em um dos vídeos que ganharam as
mídias sociais, três alunas do Colégio Marista de Natal aparecem reproduzindo o
desafio da rasteira. Segundo a vice-diretora educacional da instituição, Ilce
Mara da Silva, a escola tomou conhecimento do fato e adotou “medidas
preventivas”.
“Dialogamos, conversamos, explicamos
os riscos, junto com a família delas. São ótimas alunas, mas que agiram na
impulsividade. Além desse episódio em específico, também adotamos medidas
preventivas educativas durante todo o ano”, afirma.
A nota da Sociedade Brasileira de
Neurocirurgia afirma que "o que parece ser uma brincadeira inofensiva, é
gravíssimo e pode terminar em óbito. Os responsáveis pela “brincadeira” de mau
gosto podem responder penalmente por lesão corporal grave e até mesmo homicídio
culposo. Deste modo, como sociedade, pais, filhos e amigos, devemos agir para
interromper o movimento e prevenir a ocorrência de novas vítimas. Acompanhar e
informar/educar sobre a gravidade dos fatos, pode ser a primeira linha de
ação."
Brincadeira em
escola causa morte em escola do interior do RN
Em novembro do ano passado, uma adolescente de 16 anos morreu em
Mossoró, Oeste potiguar, depois de bater a cabeça enquanto
participava da brincadeira. Embora tenha acontecido há três meses, a morte de
Emanuela Medeiros se popularizou nesta semana. O caso da estudante, que sofreu
traumatismo craniano em uma outra "brincadeira" perigosa, foi
compartilhado nas redes sociais como um alerta para o perigo do "desafio
quebra-crânio".
Confira a nota da SBN na íntegra:
Prezados (as) senhores (as),⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
A Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN) vem, por meio deste,
alertar aos #pais e #educadores sobre a necessidade de reforçar a atenção com
crianças e adolescentes, diante do #desafio “quebra-crânio”, que se alastra
pelo ambiente doméstico, escolar e é reproduzido nas redes sociais.⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Ele provoca uma queda brutal, onde um dos participantes bate a cabeça
diretamente no chão, antes que possa estender os braços para se defender.⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Esta queda pode provocar lesões irreversíveis ao crânio e encéfalo
(Traumatismo Cranioencefálico - TCE), além de danos à coluna vertebral. Como
resultado, a vítima pode ter seu desempenho cognitivo afetado, fraturar
diversas vértebras, ter prejuízo aos movimentos do corpo e, em casos mais
graves, ir a óbito.⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
O que parece ser uma brincadeira inofensiva, é gravíssimo e pode
terminar em óbito. Os responsáveis pela “brincadeira” de mau gosto podem
responder penalmente por lesão corporal grave e até mesmo homicídio culposo.⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Deste modo, como sociedade, pais, filhos e amigos, devemos agir para
interromper o movimento e prevenir a ocorrência de novas vítimas. Acompanhar e
informar/educar sobre a gravidade dos fatos, pode ser a primeira linha de ação.⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Sem mais para o momento, subscrevemo-nos.⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Diretoria
Sociedade
Brasileira de Neurocirurgia (SBN)
Fonte:
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