PERGUNTAS E RESPOSTAS PARA PROFISSIONAIS DA SAÚDE E PARA O PÚBLICO EM GERAL
(Dados atualizados em 24/01/2020)
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O que são coronavírus?
Os coronavírus (CoV) compõem uma grande família de vírus,
conhecidos desde meados da década de 1960, que receberam esse nome devido às
espículas na sua superfície, que lembram uma coroa (do inglês crown). Podem causar desde um resfriado
comum até síndromes respiratórias graves, como a síndrome respiratória aguda
grave (SARS, do inglês Severe Acute
Respiratory Syndrome) e a síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS, do
inglês Middle East Respiratory Syndrome).
Os vírus foram denominados SARS-CoV e MERS-CoV, respectivamente.
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O que é este novo coronavírus?
Trata-se de uma nova variante do coronavírus, denominada
2019-nCoV, até então não identificada em humanos. Até o aparecimento do
2019-nCoV, existiam apenas seis cepas conhecidas capazes de infectar humanos,
incluindo o SARS-CoV e MERS-CoV.
Recomendamos evitar os termos “nova gripe causada pelo coronavírus” porque gripe é uma infecção respiratória causada pelo vírus influenza.
Recomendamos evitar os termos “nova gripe causada pelo coronavírus” porque gripe é uma infecção respiratória causada pelo vírus influenza.
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Como este novo coronavírus foi identificado?
O novo coronavírus foi identificado em investigação
epidemiológica e laboratorial, após a notificação de casos de pneumonia de
causa desconhecida entre dezembro/2019 e janeiro/2020, diagnosticados
inicialmente na cidade chinesa de Wuhan, capital da província de Hubei.
Centenas de casos já foram detectados na China. Outros casos importados foram
registrados na Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Taiwan, Vietnã, Cingapura,
Arábia Saudita e Estados Unidos da América; todos estiveram em Wuhan.
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Qual a origem do surto atual?
A origem ainda não está elucidada. Acredita-se que a fonte
primária do vírus seja em um mercado de frutos do mar e animais vivos em Wuhan.
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Os coronavírus podem ser
transmitidos de animais para humanos?
Sim. Investigações detalhadas descobriram que o SARS-CoV
foi transmitido de civetas (gatos selvagens) para humanos na China, em 2002, e
o MERS-CoV de dromedários para humanos na Arábia Saudita, em 2012. Porém,
existem vários coronavírus que causam infecção animal. Na maioria, infectam
apenas uma espécie ou algumas espécies intimamente relacionadas, como morcegos,
aves, porcos, macacos, gatos, cães e roedores, entre outros.
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A transmissão do coronavírus
acontece entre humanos?
Sim. Alguns coronavírus são capazes de infectar humanos e
podem ser transmitidos de pessoa a pessoa pelo ar (secreções aéreas do paciente
infectado) ou por contato pessoal com secreções contaminadas. Porém, outros
coronavírus não são transmitidos para humanos, sem que haja uma mutação. Na
maior parte dos casos, a transmissão é limitada e se dá por contato próximo, ou
seja, qualquer pessoa que cuidou do paciente, incluindo profissionais de saúde
ou membro da família; que tenha tido contato físico com o paciente; tenha
permanecido no mesmo local que o paciente doente.
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Há transmissão sustentada do novo coronavírus?
Até agora, não há evidências. Está limitada a grupos
familiares e profissionais de saúde que cuidaram de pacientes infectados. Também
não há evidências de transmissão de pessoa a pessoa fora da China, mas isso não
significa que não aconteça.
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Qual é o período de incubação
desta nova variante do coronavírus?
Ainda não há uma informação exata. Presume-se que o tempo
de exposição ao vírus e o início dos sintomas seja de até duas semanas.
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Quais são os sintomas de uma
pessoa infectada por um coronavírus?
Pode
variar desde casos assintomáticos, casos de infecções de vias aéreas superiores
semelhante ao resfriado, até casos graves com pneumonia e insuficiência
respiratória aguda, com dificuldade respiratória. Crianças de pouca idade, idosos e pacientes com baixa imunidade podem
apresentar manifestações mais graves. No caso do 2019-nCov, ainda não há relato de infecção sintomática em crianças ou adolescentes.
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Como ocorre o contágio e qual é a
gravidade do novo coronavírus?
Não se sabe até o momento. Alguns vírus de transmissão
aérea são altamente contagiosos, como o sarampo, enquanto outros são menos. Ainda
não está claro com que facilidade o 2019-nCoV é transmitido de pessoa para
pessoa. Até que tenhamos esta informação mais acurada, recomenda-se que as
precauções e isolamentos sejam adotados. Quanto à gravidade, devemos acompanhar
a evolução da epidemia. Pelos dados iniciais publicados, a estimativa inicial é
de que a letalidade seja em torno de 3% (26 mortes em 912 casos), inferior à do
SARS-CoV e do MERS-CoV.
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Como é feita a confirmação do
diagnóstico do novo coronavírus?
Exames laboratoriais realizados por biologia molecular
identificam o material genético do vírus em secreções respiratórias.
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Existe um tratamento para o novo coronavírus?
Não há um medicamento específico. Indica-se repouso e
ingestão de líquidos, além de medidas para aliviar os sintomas, como
analgésicos e antitérmicos. Nos casos de maior gravidade com pneumonia e
insuficiência respiratória, suplemento de oxigênio e mesmo ventilação mecânica podem ser necessários.
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Como reduzir o risco de infecção
pelo novo coronavírus?
ü Evitar contato
próximo com pessoas com infecções respiratórias agudas;
ü
Lavar frequentemente as mãos,
especialmente após contato direto com pessoas doentes ou com o meio ambiente e
antes de se alimentar;
ü Usar lenço
descartável para higiene nasal;
ü Cobrir nariz e boca
ao espirrar ou tossir;
ü Evitar tocar nas
mucosas dos olhos;
ü Higienizar as mãos
após tossir ou espirrar;
ü Não compartilhar
objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas;
ü Manter os ambientes
bem ventilados;
ü Evitar contato
próximo com animais selvagens e animais doentes em fazendas ou criações.
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Existe uma vacina para o novo coronavírus?
Como a doença é
nova, não há vacina até o momento.
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Tomei a vacina contra a gripe.
Estou protegido contra o novo coronavírus?
Não. A vacina da
gripe protege somente contra o vírus influenza.
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Estão contraindicadas as viagens
para a China e para os países
com casos importados?
Com
base
nas
informações
atualmente
disponíveis,
a
Organização
Mundial
da
Saúde
(OMS)
não recomenda restrição de viagens ou comércio. Devemos
acompanhar as recomendações, que são dinâmicas e podem mudar
de um dia para outro.
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Temos casos do novo coronavírus no Brasil?
Até
o presente momento, não há casos suspeitos ou confirmados no país.
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Qual é a definição de caso suspeito?
Febre acompanhada de sintomas respiratórios, além de
atender a uma das duas seguintes situações: ter viajado nos últimos 14 dias
antes do início dos sintomas para área de transmissão local (cidade de Wuhan) ou ter tido contato próximo com um caso
suspeito ou confirmado.
Febre pode não estar presente em casos de alguns pacientes,
como idosos, imunocomprometidos ou que tenham utilizado antitérmicos.
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Qual é a orientação diante da
detecção de um caso suspeito?
Os casos suspeitos devem ser mantidos em isolamento
enquanto houver sinais e sintomas clínicos. Paciente deve utilizar máscara
cirúrgica a partir do momento da suspeita e ser mantido preferencialmente em
quarto privativo. Profissionais da saúde devem utilizar medidas de precaução
padrão, de contato e de gotículas (máscara cirúrgica, luvas, avental não
estéril e óculos de proteção). Para a realização de procedimentos que gerem
aerossolização de secreções respiratórias, como intubação, aspiração de vias
aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizada precaução por aerossóis, com
uso de máscara profissional PFF2 (N95). Estas são as recomendações atuais do
Ministério da Saúde.
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Há risco de epidemia global?
Sim, mas não há motivo para pânico neste momento. O Comitê
de Emergência da OMS declarou que é cedo para declarar a situação como
emergência em saúde pública de interesse internacional neste momento, devido ao
número limitado e localizado de casos e pelas medidas que já estão sendo tomadas
para que o surto não se espalhe.
FONTES: Ministério da Saúde do
Brasil / Organização Mundial da Saúde (OMS) / Centro de Controle e Prevenção de
Doenças (CDC).
*Documento
elaborado pelos médicos infectologistas: Dr. Leonardo Weissmann, Dra. Tânia do
Socorro Souza Chaves, Dr. Clóvis Arns da Cunha e Dr. Alberto Chebabo.
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