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terça-feira, 18 de fevereiro de 2014
Tratamento da fibromialgia com Pregabalina (Lyrica ou Prebictal)
Após três anos da primeira apresentação em forma de abstract no congresso americano de Reumatologia, foi finalmente publicado o estudo randomizado do uso da pregabalina em pacientes com fibromialgia (Arthritis and Rheumatism, abril de 2005), por Crofford et al.
A pregabalina é um ligante da proteína a2 – d, que por sua vez é associada aos canais de cálcio voltagem-dependentes nos neurônios. É o mesmo local de ligação de uma molécula relacionada, a gabapentina. Diminuindo o fluxo de cálcio para o interior dos neurônios, existe a diminuição de liberação de vários neurotransmissores, como o glutamato, a substância P e noradrenalina. Esta diminuição seria responsável pelas ações da pregabalina na dor, em convulsões e na ansiedade.
Este foi um dos maiores estudos randomizados feitos em fibromialgia, compreendendo 529 pacientes divididos em um grupo placebo e três grupos com diferentes dosagens da medicação: 150 mg, 300 e 450 mg por dia. O parâmetro primário de avaliação foi a escala visual analógica (VAS) de dor nas últimas sete anotações em um diário de dor preenchido pela manhã. Vários outros parâmetros foram estudados, como a porcentagem de pacientes com uma resposta da dor de mais de 50%. Aproximadamente 130 pacientes compunham cada grupo. Não houve melhora dos parâmetros estudados com a dose de 150mg. Porém, pacientes que usaram a dose de 450mg/dia obtiveram uma queda de 0,93 na VAS em comparação com placebo e os outros grupos (p< 0,001). 29% dos pacientes recebendo esta dose apresentaram uma resposta da dor acima de 50%, em comparação com 13% do grupo placebo (p=0,003). A pregabalina nas doses de 300 e 450 mg/dia foram associadas com melhora de end-points secundários, como a qualidade do sono, fadiga, e avaliações globais de melhora. Os efeitos colaterais mais comuns foram tontura e sonolência.
Pode-se concluir, após a análise do estudo que a pregabalina apresentou uma reposta estatisticamente válida, mas fica a dúvida se esta é clinicamente relevante. Os autores relacionam que esta medicação poderia ser usada em diversos domínios do tratamento para a fibromialgia. Porém, pelos resultados modestos, a impressão é que ela entrará no arsenal terapêutico como um adjuvante, mas não será utilizada de maneira isolada.
Eduardo S. Paiva
Chefe do Ambulatório de fibromialgia do HC - UFPR
Fonte: http://www.fibromialgia.com.br/novosite/index.php?modulo=medicos_outros_editais&id_mat=32
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