domingo, 15 de junho de 2008

SEXUALIDADE E FIBROMIALGIA


Fibromialgia e Sexualidade

Disfunções sexuais são caracterizadas por distúrbios no desejo sexual e nas modificações psicofisiológicas no ciclo de resposta sexual do homem e da mulher. Grandes avanços ocorreram no entendimento dos mecanismos neurovasculares da resposta sexual do homem e da mulher. Novas classes de drogas foram elaboradas, oferecendo potencial terapêutico importante no tratamento da disfunção erétil masculina, enquanto outros medicamentos têm sido estudados para o tratamento de disfunções do desejo sexual e do orgasmo.

Dados publicados em 1999, num estudo sobre disfunção sexual nos Estados Unidos, com a participação de 1749 mulheres e 1410 homens entre 18 e 59 anos demonstrou que as disfunções sexuais são mais prevalentes em mulheres (43%) do que em homens (31%). Ainda, a disfunção sexual é mais provável de ocorrer entre mulheres e homens com saúde física e emocional debilitadas. A fibromialgia é uma síndrome caracterizada por dor músculo-esquelética difusa, associada à fadiga e a distúrbios do sono; podendo ainda apresentar uma freqüência maior de dores miofasciais, enxaqueca, síndrome do intestino irritável, transtorno do humor (principalmente a depressão). Neste grande espectro de sinais e sintomas, torna-se evidente a perda da qualidade de vida sexual nos pacientes com fibromialgia e seus parceiros.

Freqüentemente observamos que a consulta médica restringe-se a queixa principal do paciente, por exemplo, as dores musculares. Entretanto, cada vez mais a função sexual tem sido identificada e valorizada como um importante componente da qualidade de vida dos seres humanos. Em casos de doenças crônicas reumatológicas, as dores, desconfortos, fadiga e alterações na auto-estima alteram o funcionamento tanto sexual quanto social do individuo. Rigidez, cansaço e dores definitivamente não promovem desejo sexual e não ativam as respostas do ciclo sexual que derivam deste.

O conhecimento da alta prevalência de disfunções sexuais na população em geral sinaliza a necessidade de dialogo aberto e franco entre médico e paciente. Um estudo de 2005 demonstrou que as mulheres fibromiálgicas têm disfunções sexuais distintas das mulheres saudáveis, e que a existência de depressão nessas pacientes não tem efeito adicional na disfunção sexual. Um estudo realizado no HC-UFPR por Moeller e colaboradores em 2004 , demonstrou uma freqüência maior de anorgasmia (falta de conseguir o orgasmo), falta de sensualidade feminina, evitação sexual e menor freqüência de relações sexuais nas pacientes com fibromialgia quando comparadas às sem a doença. Há também uma tendência a evitação sexual por parte dos parceiros das mulheres doentes, além da falta de comunicação dos parceiros para com elas.

Diante disto, o que pode ser feito?

1) A sociedade impõe valores desproporcionais a sexualidade, ditando padrões de beleza e os relacionando ao sucesso pessoal e profissional. Não é à toa que muitos homens e mulheres, saudáveis e inteligentes, sintam-se inseguros em relação a seus corpos. Lembre-se que o desejo sexual varia de um dia para o outro, assim como de um ano para o outro. É importante ter consciência de que sexo uma vez ao dia é tão normal quanto sexo uma vez ao mês.

2) Sexualidade é a forma mais complexa e intima de comunicação. Fale abertamente com seu parceiro, exponha suas necessidades e expectativas, de maneira a resolver assertiva e produtivamente os conflitos. O receio de confrontar problemas pode gerar uma ansiedade ainda maior no parceiro, deixando-o ainda mais confuso sobre o assunto.

3) Discuta abertamente com seu médico sobre os medicamentos para controlar sua dor. Caso a medicação não esteja trazendo alívio ou ainda atrapalhando sua vida sexual, converse com seu médico. Ele pode indicar novas drogas e/ou terapia sexual (quando indicado).

4) A relação sexual não precisa ser espontânea para ser boa. Planeje! Cuide de sua aparência, escolha roupas que valorizem o seu corpo, arrume o cabelo e as unhas, permita-se melhorar sua imagem corporal e conseqüentemente sua auto-estima. Banhos quentes, massagens, uso de analgésico antes da relação e lubrificantes vaginais podem não somente propiciar uma boa relação sexual, mas também melhoram a intimidade do casal.

5) Lembre-se que existem várias zonas erógenas no corpo além dos genitais. Lábios, orelhas, pescoço, face interna das coxas; a relação sexual não precisa ser limitada a penetração. Procure descobrir outras formas de obter prazer, como a masturbação mútua, conhecendo melhor seu corpo e o de seu parceiro. Procure posições em que seu corpo fique relaxado.

6) Saiba dizer não: caso não esteja se sentindo confortável, não continue.

Lembre-se: Mais importante que a chegada, é ter aproveitado a viagem.

Boa viagem!!! Laura Moeller Eduardo S. Paiva Ambulatório de fibromialgia, HC-UFPR.

Fonte: http://www.fibromialgia.com.br/novosite/index.php?modulo=pacientes_outros_editais&id_mat=48

3 comentários:

  1. GOstaria muito de estar apar deste saite pois ate agora não sabia da existencia do mesmo,no qual gostei muito,ja tirei algumas duvida,pois sou uma fibromialgica.

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  2. Gostaria de receber tudo sobre fibromialgia.obrigada,

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  3. Gostaria de receber tudo sobre fibromialgia.obrigada,

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